15 de dezembro de 2014

Capacitar ou não capacitar?

Muitas empresas fazem a pergunta da imagem ao lado e dizem: vou investir em capacitação com meus funcionários e quando ele finalmente está capacitado para o trabalho, ele pede as contas por um salário melhor.

Vejo isso ocorrendo com frequência, mas muitas vezes tem erros dos dois lados. Primeiro do profissional, que acaba utilizando uma empresa menor para ganhar experiência e a utiliza como “trampolim” para uma empresa maior em busca de um salário maior. Mas tem o lado da empresa, que treina o funcionário e quando ele está apto, não o valoriza melhorando seu salário, reconhecendo o esforço do profissional.

Em minha vida profissional, tive oportunidade de realizar diversas contratações para formar minha equipe de trabalho. Uma das técnicas na hora de contratar que costumava utilizar, era montar um plano de evolução salarial. Era simples, nos 3 primeiros meses pagava-se um salário menor, assim conseguiria arcar com o custo da baixa produtividade deste profissional, pelo fato de estar em aprendizado. Os outros 3 meses, subia um pouco o salário, pois ainda não estava 100%, mas já produzia algo. Passado mais 3 meses, aumentava mais um pouco, pois agora ele já tinha recebido a capacitação, já estava produzindo, mas ainda faltava um pouco para “ficar bom”. Assim, após 9 meses, concedia um último aumento, caso a meta de produtividade fosse atingida (e a verdade, que sempre foi atingida). Neste modelo, o funcionário no primeiro ano tinha 4 aumentos, porém o último salário era o orçamento que a empresa tinha para pagar desde o primeiro mês. 

Você pode perguntar, se você tinha o orçamento, porque não conceder o salário completo logo no primeiro mês? A resposta é simples, para utilizar o restante do orçamento em treinamento deste profissional. No final das contas, o meu custo era o mesmo, porém conseguiria bancar treinamentos, pagar horas extras para que outros pudessem treinar esse funcionário mais novo sem comprometer os prazos dos projetos em andamento.

Esse modelo é um pouco complicado em empresas grandes, pois o RH “odeia” já que terão mais trabalho para ficar concedendo esses reajustes de 3 em 3 meses. Mas em empresas menores, aonde os salários são mais baixos e há uma maior flexibilidade, acredito muito no modelo.

Para o profissional, fica o sentimento que ele está evoluindo, que o salário dele apesar do início mais baixo, no final do ano ele terá um salário melhor e praticamente garantido, só dependendo dele.

Agora vejamos o oposto, você contrata o funcionário e não dá o devido treinamento, quanto isso custará para a imagem da empresa? Quanto poderá custar em termos financeiros um erro de um funcionário despreparado? 

Trabalhei praticamente minha vida inteira com serviços e sei o que é colocar um profissional com pouco ou nenhum treinamento em um cliente. São projetos que atrasam, cliente insatisfeito e pedindo para refazer entregas gerando custos adicionais e uma péssima imagem com o cliente. 

Com certeza, o custo de um profissional despreparado e sem treinamento adequado dentro da empresa é muito maior do que o investimento feito em capacitação.  

A outra questão é como reter. Isso já é mais complicado, pois depende de cada organização. Um profissional satisfeito tem que ter suas necessidades atendidas: bom salário, ambiente adequado, gostar do que faz, se sentir seguro na empresa, se sentir valorizado e se sentir parte importante da empresa, mas isso, vou detalhar em outro post. Por hoje é só.


Até a próxima e fiquem com Deus.